29 maio 2011

DISCÍPULOS OU PÁSSAROS

Fernando Santos - Email: indiafamiliasantos@gmail.com

“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mt 4:23)

Um dia destes dei glória a Deus por este texto sobre a vida de Jesus. Ele não ensinou nas suas sinagogas, pregou o Evangelho do Reino, e curou todas as enfermidades e moléstias entre o povo apenas para servir de exemplo para imitarmos. Não. Esta foi a vida de Jesus quando andou em Israel. E hoje como Seus discípulos deveríamos viver do mesmo modo. Porém por causa do sistema em que fomos gerados não conseguimos viver assim.

Sentado na varanda da casa de nossos pais (pais de minha esposa) assistia aos pássaros que o Sr. Remy trata com muito carinho. Fiquei ali meditando e depois conversando com Léia à respeito de “ser discípulo”, sim, a respeito do que o Senhor me ensinou naquela manhã. Sobre sermos discípulos ou pássaros.

Quando Deus criou as aves deu uma ordem a elas: “Voem as aves sobre a face da expansão dos céus... e viu Deus que era bom.” (Gn 1:20-21)

Até hoje as aves Lhe obedecem. Elas voam livremente sobe a expansão dos céus.

Entretanto vez em quando os homens interferem nisto e engaiola uma ave, de modo que ela até tenta obedecer o que Deus lhe ordenou, mas uma gaiola ou um viveiro a impede. O macho e a fêmea engaioladas ainda cantam. O macho canta, a fêmea responde, um em cada gaiola. Não podem acasalar livremente.

Fiquei pensando. Somos como pássaros. Nascemos em gaiolas que nos limitam ser verdadeiramente o que somos. De tanto por permanecer na gaiola, nossas mentes nos limitam e passamos ver e pensar somente na nossa limitação e não verdadeiramente com base em quem somos.

Até que um dia, por interesse de seus donos, macho e fêmea se acasalam! E os filhotes são gerados e nascem em gaiolas.

Mesmo sobre os filhotes permanece a ordem de Deus: “Voem sobre a face da expansão dos céus.” Porém são impedidos. Tudo o que conhecem são o sistema das gaiolas e não podem voar.

Também nascemos e somente conhecemos o sistema em que nascemos. Como a história de uma ave, um dia as portas da gaiola se abrem. Estão abertas e permanecem abertas. Abertas para fazermos o que Deus tem nos mandado. Mas preferimos permanecer na gaiola. Não desejamos voar livremente.

“Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura.” (Mt 16:15) Podemos pregar agora, em todo o momento.

Não devíamos perder as oportunidades que Deus tem nos dado para proclamar o Evangelho de Jesus. Mas como fomos criados em gaiolas acostumamos somente a compartilhar o Evangelho com aqueles que vem nos visitar na gaiola. Domingo após domingo, até ensaiamos alguns vôos, porém, permanecem como apenas ensaios de nossa imaginação.

Vivemos só a confiar que sempre chegará mais um na gaiola para ouvir as mesmas lindas palavras que recebemos todos os domingos. De fato, presos em nossos conceitos e presos dentro de nossas vidas. Preocupados somente em garantir a ração da semana, irmos para nossos empregos, estudar, crescer na vida, “trabalhar nos domingos para o Senhor e irmos à igreja cumprir nossa religiosidade.”

Aos pássaros em suas gaiolas, comida e água novas são oferecidas, dia após dia, mas posso garantir que a ordem de Deus continua soando no ser de cada um: “Voem pela expansão dos céus.”

Os crentes todos “vamos à igreja para receber“ um renovo espiritual, o alimento que necessitamos, e esquecemos que é o Criador que nos dá é porção diária, Pão do Céu para cada manhã, a cada dia para sermos quem Ele ordenou que fossemos.

Sua Palavra ressoa “prega o Evangelho do Reino a cada cristura”, ouvimos e entendemos bem, nada fazemos, estamos presos na gaiola de nosso condicionamento. O condicionamento de termos nascido numa gaiola.

Tempos atràs tive um periquito que como muitos que nasceram em gaiolas nunca aprendeu a buscar o alimento por si só nem a se defender de predadores. Resolvi soltá-lo. Abri a gaiola. E voou com tanta intensidade e felicidade. Voou e voou o dia inteiro até ao final do dia. Antes de anoitecer estava ele, lá na porta da gaiola tentando entrar.

Coitado, como nasceu e foi criado em uma gaiola não sabia viver para obedecer a Voz de Seu Criador: “Voe! Voe! Voe pela expansão dos Céus.”

Nossas reuniões são de fato gaiolas. Nascemos ali e acostumados com elas.

Pregar o Evangelho por todo o mundo é como ser livre para voar pela expansão dos céus.

Reuniões não deviam ser gaiolas. Não precisamos de alimento para a semana. Nós comemos e bebemos para o dia. Amanhã o Senhor tem outra refeição para nós. É Ele Quem alimenta os pássaros e é Ele Quem alimenta os homens. E Seus díscipulos, dia a dia, têm Pão dos Céus.

Reunimos para relacionarmos uns com os outros, para compartilhar o que o Senhor tem nos falado, para ouvir o que o Senhor tem falado com outros, para comermos juntos. Mas nossa vida, ora, nossa vida devia ser assim:

“E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o Evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo.” (Mt 4:23). Jesus fazia tudo isto! Naturalmente! Porque Ele nasceu para isto.

Somos discípulos de Jesus ou pássaros aprisionados?

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