07 setembro 2011

Sobre o texto: Os templos dos homens e as moradas de Deus Por Vinicius Salum

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Josimar, Graça e Paz!

Não sei se ressalto a verdade do conteúdo e a excelência do seu texto ou se lamento a triste realidade à qual ele se reporta.

No meu íntimo, tenho refletido muito sobre a Igreja (realidade espiritual formada de pedras vivas) e a "igreja" (esta "coisa" que não sei mais definir). Estas reflexões passam justamente pela minha própria pessoa, pelo meu ser e minha missão enquanto discípulo e servo de Jesus Cristo: como ser Igreja/Templo (membro desta ekklesia) sem combater e/ou ser combatido pela "igreja"? Ora, este questionamento nunca foi tão oportuno, pois em qual destas comunidades/prédios que nós - por vício linguístico - nos acostumamos a chamar de "igrejas" o próprio Jesus seria aceito ou relacionado sem restrições em seu "rol de membros"? Tenho para mim que ali Jesus seria chamado de glutão, bebedor de vinho (cachaceiro), amigo de pecadores (ou seja: o cara que senta na roda dos escarnecedores) e até de Belzebu... Portanto, se ao Dono da Casa chamariam de Belzebu, quanto mais seus convidados!

Na realidade, os conceitos de Templo e Igreja segundo o Evangelho não são assimilados corretamente pela maioria dos religiosos desde os primórdios da pregação da Boa Nova. Que dizer dos judeus que se encontraram com Jesus pedindo-lhe um sinal, e que não conseguiram discernir o conceito de templo segundo o Evangelho (vide João 2:18-22)?

No seu texto, há o seguinte questionamento: "Por que é difícil compreender e praticar isto? Falar sobre isto? Mudar nossas palavras para refletir a Verdade!"

De um modo geral, os "cristãos" de hoje não são diferentes dos judeus e religiosos de ontem. Esta é que é a verdade. Aliás, os cristãos são ainda piores, pois mesmo após dois milênios de cristianismo ainda não conseguiram compreender a ekklesia, e cada dia mais se afastam da proposta original segundo Jesus. Sim, o segundo estado (o do homem da religião cristã) é ainda pior que o primeiro (o do judeu religioso), pois o espírito imundo que habita o sistema religioso humano encontrou a casa do atual "cristão" varrida e ornamentada para o receber novamente.

Neste sentido, há anti-cristo mais perverso do que o próprio cristianismo? Ora, que outro sistema humano carrega o nome de Jesus nas "formas" e, ao mesmo tempo, sutilmente o nega no conteúdo e na substância? Que outra potestade maligna expõe a marca registrada e alega ter os direitos autorais acerca do Evangelho mas, concomitantemente, se afunda cada vez mais em doutrinas e teologias humanas (para não dizer satânicas)? Que outra religião detém e pratica o sacramento (ceia) mas come (o pão) e bebe (o vinho) todos os domingos sem de fato discernir o corpo? Neste sentido, a Palavra é dura mesmo: comem e bebem Juízo para si...

É fato que o desafio se situa também no plano linguístico (no nível da semiótica), pois há uma enorme confusão de conceitos, além da falta de correspondência entre os signos e seus verdadeiros significados. Mas não basta mudar as palavras, é preciso mudar a vida. Não basta reformar, é necessário regenerar. E regeneração é obra exclusiva de Deus!

Não creio na restauração do cristianismo, pois ele já nasceu com o sufixo "ismo" (doente). Sua crise, na realidade, é congênita, pois seu fundador não é o Cristo, mas Constantino...

Creio sim, na regeneração de pessoas, na conversão de gente simples de Deus; e por isso busco pregar a Boa Notícia onde eu ponho a planta do meu pé, a fim de que o Espírito construa sua verdadeira Catedral Espiritual, no seu próprio tempo e modo.

Quem tem espírito de discernimento, que discirna.

Em Cristo, em quem nos tornamos um, assim como Ele e o Pai são um.

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Quem me revelou estas coisas? Sei que se trata de uma pergunta retórica, mas quando a interpreto em conjunto com o "Por favor, vamos manter contato", concluo ser oportuno compartilhar contigo esta Revelação.

Eis o testemunho:

Fui criado na "igreja". Cresci na "igreja". Ainda na infância (08 anos), tive uma visão extraordinária num culto da "igreja": um sinal luminoso que não sei descrever adequadamente, mas cuja origem divina me era incontestável; o mais importante, na verdade, nem foi o tal "sinal luminoso", senão minha atitude quando cheguei em casa e adentrei no meu quarto (lá onde só Deus me vê): ali orei a Jesus entregando minha vida a Ele.

Na minha adolescência, servi intensamente ao Senhor da Igreja e à "igreja". Disseram que eu seria pastor ou presbítero, mas no meu íntimo eu só queria ser eu, eu mesmo e Deus (com muita sinceridade). Mas, de tanto servir à "igreja", acabei, inconscientemente, acreditando que a "igreja" era meu Deus; sem a "igreja" eu nada seria; por ela, eu seria capaz de matar e morrer; entreguei minha vida à "igreja" acreditando estar entregando-a à Jesus...

Ainda na adolescência, fui morar na "capitár". Estudei, passei no vestibular e cursei Direito. Em todo este tempo, jamais deixei de ir à "igreja", de congregar e me envolver nas atividades eclesiásticas (principalmente como líder dos adolescentes e baterista do grupo de música). Foi neste tempo que nos conhecemos pessoalmente, lembra?

Na igreja presbiteriana de Brotas (Salvador-BA), fui subordinado a um pastor tido como "avivado" ou "pentecostal" demais para os padrões da IPB. Aprendi a "decifrar" um deus (na verdade, um ídolo) através dos sentidos, da emoção, do estado psicológico, e do "poder" do "espírito"... Com a saída deste pastor, houve um racha na "igreja": quase metade dos membros saíram com ele e formaram uma comunidade. Eu resolvi ficar, mesmo com muitos amigos saindo. Logo chegou um pastor mais "reformado", providencialmente contratado pelos presbíteros para "doutrinar" a "igreja". Diria que se tratava de um pastor "neo-puritano". Com ele aprendi a "decifrar" um novo deus (ou seja: um novo ídolo) através do intelecto, do estudo lógico e racional da Bíblia, por meio da "correta" hermenêutica das escrituras.

Porém, para resumir: nada disso me levou à Deus. Tenho a plena convicção que não foi nem a emoção nem a razão que me revelaram o Cristo; não foram o pentecostalismo ou o tradicionalismo; não decorreu de uma adesão ao liberalismo teológico (ou teísmo aberto), ou de uma conversão à teologia sistemática-reformada. Sim, Josimar, você me pergunta: "Quem te revelou estas coisas, rapaz?"

Não foi carne ou sangue, mas o Pai que está nos céus! Aleluia!

Foi Deus mesmo que se revelou a mim, através do seu Filho (o resplendor da Glória do Pai, e a expressão exata do seu Ser - Hb 1:3).

Era como se o próprio Jesus tivesse me perguntado: Que dizem os homens a meu respeito? Eu, então, respondi: os budistas dizem que és um grande filósofo ou uma alma iluminada, os muçulmanos dizem que tu és um importante profeta, para alguns da religião judáica és um bom homem, para outros, um subversivo, já os cristãos vendem a idéia de que tu és o deus, mas o "adoram" como se fosses um ídolo ou a projeção mental de si mesmos. Então, Jesus me questionou: E tu, quem dizes que eu sou? Eu disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo! E, continuando, Jesus afirmou aquilo que foi a salvação para minha alma:

Bem-aventurado és tu, Vinícius, porque não foi carne ou sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus. Também te digo que tu és vinicultor, e sobre este Vinho Novo edificarei minha Igreja, e as portas do cristianismo não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do Reino de Deus para você adentrar Nele; e tudo o que ligares na terra (espaço-tempo) será ligado nos céus (eternidade), e tudo o que desligares na terra (realidade natural) será desligado nos céus (realidade espiritual), pois se perdoares aos homens as suas ofensas, também o Pai celestial te perdoará, se fores misericordioso, de igual modo alcançará a misericórdia do Pai...

Enfim, Josimar, teria muito o que dizer e compartilhar, mas dizer o quê além disso: a Graça de Deus me alcançou, e ela é o bastante?!

Em Cristo, que mesmo sendo Justo Juiz, se fez Advogado em nosso favor, que mesmo sendo o Pastor, se fez Cordeiro por nós, que mesmo sendo Senhor, assumiu a condição de servo, que mesmo sendo o Filho de Deus, se autodenominava filho do homem.


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Vinícius Dourado Loula Salum
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