18 janeiro 2013

Uma Poema para os Santos

Autor: Jefferson Barcelos

Nine eleven... Nine Eleven...
Terrível recordação
Vinte e quatro doidos varridos
Nos pegaram bem desprevenidos
Transformaram nossa nação

Por um segundo após a dor
Nosso coração prescrutou
E nossos joelhos se dobraram
E como o profeta pasmado
A nossa alma gritou:
Afinal de contas, onde está agora o Senhor?

Por um raro momento
Nosso coração duro amoleceu
Mas muito, muito depressa
De tudo, tudo se esqueceu



Por isto até a natureza
Também se enfureceu
Katrina mostrou os seus dentes
Furacão Isaac, Igor, o seu furor
Até que Sandy também
Rompendo suas comportas
Ferozmente nos atacou




Ufa! Passou por perto!
Aqui no norte sentimos aquele aperto
Um pequeno desvio no seu curso
Coincidência? Coincidência?
Divina Providência!

Ah! E o Furacão Financeiro?
Este também mostrou sua cara
Estava bem tranquilo e bem na minha
Vivendo minha vidinha bem folgada
Eu confesso: De uma maneira bem relaxada!
Na minha confortável esquina
Tentando ganhar o meu pão
Quando ele veio de repente
Sem nenhuma explicação
Pegou-nos com as calças na mão!
Nossas reservas financeiras
Sem dó, tudo levou




Tateamos, tateamos no escuro
Procurando explicacões naturais
Respostas bem racionais
Respostas que satisfazem
Somente as mentes carnais

Ah! Tudo é culpa do El Niño!
Este menino safado
Ah! Também pudera
Tudo agora é bem possível
Com o aquecimento global!
As águas do Atlântico estão mais quentes!
"It's San Andreas fault!"
"Tudo isto, tudo isto
É só um fenômeno natural!
Não! Não! Não! Não!
Nada disto é espiritual!"
Concluíram aqueles
que só tem visão carnal.



Mas as coisas estavam fervendo
No mundo espiritual
Uma panela grande e ardendo
Prestes a derramar seu mal!

Vinte anjinhos massacrados
Nosso coração, despedaçado
Meu país chorou angustiado
Uma flecha rasgou nosso coração
Uma espada atravessou nossa alma
Por que Herodes sem pena
Arrancou a nossa calma?

Uma voz se ouviu em Ramá!
Lamentação, choro e angústia em Newtown
Raquel chora seus filhos inconsolada
Porque eles já mais não são!



Ao deixar nossos filhos na escola
Paralizados diante de tamanha tragédia
Com um tremor no coração
Percebi qual fraco sou eu
Imagina? Aquele filho tragicamente tirado
Poderia ter sido o meu?

Cada um tinha seu plano
Cada um achou seu "culpado"
Todos tinham sua opinião
Cada um querendo fazer justiça
Com a sua própria mão
"Mais seguranças nas escolas" - Exigimos!
"Mais guardas armados" - Gritamos!
"Proteção dentro da sala"
"Vidro a prova de bala"
Numa vã procura sem nexo
Por segurança e proteção

Mas a voz do Senhor novamente
Retumbou dentro do meu coração
"Aquele que habita no esconderijo
E faz do Altíssimo a sua habitação
No Senhor está bem guardado
Em Jesus tem a proteção"





Mas será que tudo já se acabou?
Será que a onda, a crise
Finalmente já passou?
Será que a mão divina
Finalmente se aplacou?
Ou será que a panela fervendo
Finalmente se esvaziou?

Posso confiar na voz dos profetas
Que prometem vitória vitória?
Ou na voz daqueles que dizem
Paz e descanso haverão?
Ou na voz de Ananias dizendo:
"Nenhuma destruição mais virá!"
Ou ouço a voz de Jeremias
Do fundo do poço a gritar.
"Canzil de madeira quebrastes, mas agora de ferro terás?"

Como Jó na calada da noite...
Ou Ezequiel as margens do Rio Quebar...
As visões da minha cabeça me perturbam
Sonhos vem me assombrar
Pois quando deito em minha cama
Tentando também descansar
Um enorme furacão
Vem agora me perturbar!
Água! Água! Muita água !
Vejo sobre minha cabeça passar
Indago, oro, clamo e choro!

Outro furacão, Senhor
Que de novo virá nos atacar?
Outro Katrina, outra casta?
Até quando Senhor, não basta?
E a voz do Todo Poderoso
Escuto no meu coraçao a soar:

"- Que vês, Jeremias? Que vês?"
Vejo o céu escurecido
Nuvens, negras acumular
E o centro desta jeringonça louca
Girando, girando sem parar
Pouco a pouco... Passo a passo
Caminhando em minha direção

Assustado vejo as águas
Causando enorme inundação
E o olho deste treco maluco
Por sobre a minha cabeça passar
Quando então desesperado me dou conta
Ah! Meu Deus! Ah! Meu Deus!
Tem misericórdia de nós!
Isto é água pra matar

Espada! Espada! Espada!
Do Senhor certamente virá!
É hora da nossa vida
Com o Senhor acertar.


Então susurro o nome de Jesus
O único que pode salvar!


Contato: jeffvigo@gmail.com



Um comentário:

Anônimo disse...

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