Autor: Robson Oliveira
Bodhgaya/Bihar/Índia – 22/01/2013
Meses atrás alguém me disse: Robson, após vários anos neste trabalho, já não é tempo de você estar numa posição de mais prestigio?
Disse-me ainda: não entendo todo esforço para apenas duas casas resgate na Índia, numa região inóspita, pouco conhecida e nada desejável!!
Notei que ele pouco sabia acerca do meu trabalho. Na verdade, ele não me desqualificava e nem estava me humilhando, apenas tinha suas prioridades e era incapaz de conhecer o valor sublime e eterno do que eu fazia.
Meu silêncio de dias foi algo estranho para ele. Mas, era evidente que Deus queria falar-lhe.
Perguntado, resumidamente falei-lhe acerca dos meus livros nos quais está a história de 3 décadas de missões mas, nada, nenhum sucesso, nenhuma obra de missões era mais importante do que ter criado meus filhos nos caminhos do Senhor e vê-los andando na Verdade, nos mesmos passos que eu.
Mas quando ele me mostrava seu uniforme estrelado, fui em extremo tentado em também, como Ezequias, abrir-lhe os tesouros do meu baú.
Buscando discernir minha motivação, eu não queria e nem podia mostrar-lhe meus trofeus, pois se assim fizesse teria também que mostrar as inglórias e os fracassos.
Mas, entendi que sua sofisticação, seu fácil acesso a tudo que desejava e seu nome entre os nobres da sua cidade, ou melhor: renomado entre a cúria eclesiástica, tudo isto abafava seu credo pelo IDE; fagulhas de amor e compaixão pelos perdidos; os mais pobres da terra: aqueles que nada sabe acerca do Salvador.
Mas, era em extremo admirável seu sucesso na sua catedral, rodeado e respeitado por súditos e servidores do templo, que também buscavam um lugar na sombra da sua estatura.
Longe de mim dizer que eram oportunistas, mas alguns daqueles servidores jamais seriam fiel escudeiros se não houvesse um retorno a altura, um salário de oportunidades.
Era notório também que alguns, que ele julgava mais íntimos e prontos para servir eram os que mais cobiçavam o seu público e púlpito.
Senti pena de alguns figurantes, montadores de palco, que, por certo, em qualquer crise, seriam descartados.
Por isto que a Palavra de Deus nos orienta fazermos tudo como para o Senhor e não para homens, pois as crises virão.
Vi ali, um singular esforço por um crescimento estrutural, um chocante desperdício de forças, de talento, de dinheiro e de oportunidades concretas de marcar e promover a felicidade eterna de muitas familias da terra.
Lembrei-me de quando estive visitando as muralhas da China; enorme esforço humano, desperdício de energia, vidas e muito dinheiro investido.
Sentado sobre parte daquela monumental ruína, era impossível não pensar na loucura humana, na brevidade da vida, nos cinco minutos de fama e a Glória de carona que dura apenas de uma estação a outra.
Entretanto, ainda hoje muitas muralhas, Torres de Babel, esforço em nos fazer conhecido e sermos renomados, continua a serem edificados. Isto em grandes edificações que absurdamente chamamos de igrejas, canais de TV, rádios, grupos gospel etc.
Tudo isto poderia ser saudável se tivéssemos a nobreza, o ardor e o desprendimento em patrocinar a dignidade dos órfãos, dos pobres e das viuvas.
Tudo isto numa única e pequena sentença: Fazer Jesus conhecido ate aos confins da terra.
Entretanto, existe exceções. Em especial quero aqui honrar a vida e o ministério do pastor José Gabriel Cabral e da pequena congregação por nome Conquistadores para Cristo, em Fall River-MA-EUA, onde ele serve como ministro.
Clique aqui para o website Care for Children
Uma comunidade de emigrantes portugueses, das ilhas dos Açores e alguns americanos.
São menos de 250 irmãos, os quais tem marcado a memória de Deus, levando o Evangelho para vários povos e nações da terra.
É admirável sua perseverança, seu investimento financeiro ao longo destes 24 anos de aliança comigo, seu cuidado com os pobres, os órfãos e as viuvas em varias partes da terra.
São milhares que têm sido resgatados do império das trevas e transportados para o Reino do Filho do Seu Amor.
Recentemente recebemos-o com seu filho Stives e seu fiel escudeiro Tiberio, nos visitaram no sudeste da Índia, Hyderabad e em Bodhgaya, no Norte.
Supriram nossos órfãos, alias, seus órfãos, com TV, material de escritório, bicicletas, DVDs, roupas novas, gerador de energia, bomba d`agua, trator para arar uma terra que compraram para cultivar os vegetais e verduras para os orfanatos, pequenos animais (como cabritos para serem criados por nossas crianças), armários para roupas, maquina de lavar roupas, dezenas de cobertores para os pobres das aldeias adjacentes, ofertas para os obreiros etc.
Foram vários milhares de dólares investidos. São as fotos publicadas neste artigo.
"E eu vos recomendo: das riquesas de origem iníqua fazei amigos; para que, quando aquelas vos faltarem, esses amigos vos recebam nos tabernáculos eternos". Lc 16:9.
Robson e Lucimar Oliveira
E-mail: robsonasia@hotmail.com
Nota:
Como Meca a para o Islã, Varassasi para o Hindu, Jerusalém para Cristãos e Judeus, assim é Bodhgaya para o budismo. São 900 milhões de seguidores, 2400 anos de historia, templos milenares, milhões de visitantes por ano e muitos milhares de monges budistas. Somente agora, nesta década passada, foi estabelecida uma igreja Cristã em Bodhgaya.
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