23 dezembro 2009

UMA GRAÇA QUE POUCOS DESEJAM – Parte IV

Autor: Caio Fábio

Continuação...


SEXTO PRINCÍPIO

A contribuição só é efetiva mediante diligência, presteza e zelo.

É justamente neste ponto que nós, latino-americanos, mais falhamos.

Isso porque em geral somos o oposto: relaxados, descansados e negligentes. Quando digo isso falo de mim mesmo. Incluo-me entre aqueles que se esquecem de compromissos, demoram a responder ou a tomar decisões fundamentais e são remissos e negligentes em assuntos que de nós requerem zelo.

Talvez seja por estas razões, mais do que por nossa pobreza, que a igreja brasileira e seus crentes ainda não entraram no rol das comunidades evangélicas verdadeiramente missionárias. É também por essa razão que há pastores passando fome, igrejas sem recursos financeiros e missões nativas (quando digo nativas, não me refiro as que trabalham com índios – que em geral são estrangeiras – mas às missões brasileiras) indo à míngua em seus malogrados projetos, boicotados pelo esquecimento, pela falta de perseverança e pelo descaso da maioria dos contribuintes.

Por isso Paulo cobra dos coríntios inicialmente uma atitude de diligência, a fim de tornarem sua contribuição efetiva. Ele diz que fala nas contribuições a fim de “provar pela diligência de outros” – os outros aos quais ele se refere eram os macedônios – a sinceridade dos objetivos e motivações dos irmãos de Corinto (II Cor.8:8).



Sem diligência por parte dos contribuintes as igrejas e missões brasileiras jamais terão recursos suficientes para fazerem missões interna e externamente. Diligência diz respeito a fazer o que tem que ser feito e no tempo certo. É andar na direção prática da execução das coisas necessárias. É não ser romântico e sonhador, falante e estimulador, mas efetivo, prático e concreto em suas ações.
Nesse ponto entra a segunda palavra chave do 6° princípio: presteza.

Agora Paulo inverte as perspectivas e diz aos coríntios que os elogiara junto aos macedônios pela presteza com a qual eles certamente cooperariam com a Missão Judéia 57:*

“Por que bem conheço a vossa presteza, da qual me glorio junto aos macedônios, dizendo que a Acaia está preparada desde o ano passado…” (II Cor.9:2a).

Aí está outra palavra que precisa se transformar em disciplina na minha vida e nas ações de todos nós: presteza.

Presteza é a capacidade de fazer rápido, mas, antes disso, é a virtude de ter as coisas já preparadas “antes”.

No caso dos irmãos da Acaia, Paulo diz que um ano antes eles já tinham começado a ajuntar o projeto Missão Judéia 57. A lição que nos deve alcançar é no sentido de darmos prioridade as nossas contribuições, a fim de as termos preparadas e separadas para os devidos fins. No entanto, só se consegue isso com uma terceira atitude: zelo.

As duas palavras anteriores (diligência e presteza) não são necessariamente religiosas e devocionais. Os empresários bem sucedidos têm diligência e presteza, mas não tem que ser crentes para desenvolverem essas virtudes. Elas estão mais associadas à responsabilidade e disciplina do que à religiosidade.

No entanto, a palavra zelo é quase que exclusivamente usada no ambiente da fé. Ela tem um certo toque de devocionalidade, de culto a Deus.

Nos dias de Jesus e de Paulo a palavra zelo era melhor entendida do que é hoje. Até o ano 74 D.C., com a queda da Massada, havia um grupo judeu chamado “os zelotes”. Foram assim chamados porque eram religiosos ultra-radicais e que não suportavam a dominação Romana sobre os judeus. Tamanha era a ofensa que aquela sujeição lhes causava que eles resolveram, apesar de poucos e fracos, que enfrentariam a superpotência romana até que lograssem a vitória e a libertação de Israel.

Seu zelo era tamanho que vendo que não poderiam vencer os romanos e percebendo-se sem opções senão a rendição, resolveram suicidar-se no alto da fortaleza de Massada, ao sul da Judéia, antes que os opressores pudessem sequer estender as mãos sobre eles.

Por isso a palavra zelo, para Paulo estava intimamente associada ao movimento radical dos “zelotes” dos seus dias.* Nesse caso zelo é levar até as últimas conseqüências um compromisso, um princípio, uma convicção. Especialmente uma convicção de fé e que implica em obediência ao Senhor.

A comparação com os “zelotes” pode ser demasiadamente forte, mas de fato o que nos falta é zelo na vida e também nos nossos compromissos de contribuição.

Paulo assim diz dos irmãos da Acaia:

“o vosso zelo (nas contribuições) tem estimulado a muitíssimos” (II Cor. 9:2b).

É sempre assim: zelo gera zelo em progressão geométrica, até que muitíssimos são influenciados por esse santo vírus da coerência.

* É apenas um título criado para contextualizar a missão aos irmãos da Judéia.

SÉTIMO PRINCÍPIO

A contribuição tem que ser feita ainda que ela signifique um auto-empobrecimento.

Uma das freqüentes afirmações que ouvimos de homens abastados (como já dissemos, proporcionalmente ao que possuem eles, são em geral os que menos dão) é a de que não devem ser tão generosos a fim de não empobrecerem pelas muitas doações.

É claro que numa sociedade classista e de grandes disparidades sociais, no máximo se pode esperar que haja uma reviravolta econômica de modo a produzir um novo perfil social, onde não haja hiatos econômicos, marcados pela indignidade da intransponibilidade social de uma classe para a outra.



Nesse caso – considerando-se uma sociedade como a nossa: semi-funcionalista, classista, injusta e de riquezas polarizadas – o menos ruim que pode haver para os pobres é a presença de ricos generosos. Assim sendo não se tem uma cura substancial da sociedade, mas se tem uma assistência menos ruim que a fome total e a miséria absoluta. Nesse caso a afirmação dos “ricos generosos” – de que não podem empobrecer para poderem continuar doando – tem uma certa fundamentação lógica.

Todos nós sabemos que o ideal de Deus para a sociedade é a igualdade (igualdade, não igualitarismo). Todavia, nossa sociedade ocidental, empobrecida para milhões e afortunada para apenas alguns milhares é a realidade concreta e inolvidável que se nos depara.

Daí os ricos generosos afirmarem como no intróito desse princípio n° 7 que mencionei.

Nesse caso eles funcionariam, socialmente falando, como uns reservatórios de água do deserto, minando gotas d’água em meio a centenas de outros reservatórios que não deixaram vazar nada aos peregrinos sedentos no deserto.

No entanto, apesar do realismo desses irmãos o Novo Testamento segue seu caminho de anúncio da vontade boa, perfeita e agradável de Deus.

Justamente por essa razão os custos do Reino de Deus não são abaixados diante do realismo social dos ricos.

Paulo introduz seu novo princípio afirmando que a base teológica para sua convicção de que a contribuição pode significar até mesmo um auto-empobrecimento vinha da sua fé e compreensão de que o mais básico e fundamental gesto de Deus na direção do homem caído – manifestando seu interesse de redimi-lo de sua miséria e de alça-lo a um novo piso de dignidade e restauração espiritual – era a encarnação, com sua conseqüente implicação de auto-empobrecimento:
“pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (II Cor.8:9).

E é óbvio que Paulo está apelando para três implicações fundamentais, decorrentes da compreensão do fato da encarnação:

1. A encarnação, com o conseqüente despojamento divino, foi pura obra de graça. Com isso Paulo tenta nos dizer que quem recebeu a graça deve agir com graça. Esse é o princípio que subjaz em todo o Novo Testamento. (Mt. 5:44 e 45; 18:23-35, com ênfase especial para o “assim também vosso Pai Celeste vos fará...”; Lc. 7:47; Cl. 3:13b; Ef. 5:1 e 2; I Jo. 3: 16).

2. A graça significou não apenas um “favor imerecido” mas um auto-empobrecimento por parte DAQUELE que praticou a bondade. Afinal foi ele quem teve o “prejuízo” inicial com tão grande gesto, pois “sendo rico, ficou pobre”.

3. A riqueza que a nós nos foi outorgada pela graça, não foi material, porém espiritual. Deus se fez gente “para que nos tornássemos ricos”, mas ricos da sua graça (Tg. 2:5-7).

Esse último ponto elimina a idéia de que a riqueza material é sinal de bênção. Como alguém já disse, “se assim fosse seria sinal de que Deus estava abençoando muito a Máfia”. Ao contrário, a riqueza antes de ser bênção, é uma enorme e perigosa responsabilidade. Se você tem dúvida disso leia os seguintes textos:

“Melhor é o pouco havendo o temor do Senhor, do que grande tesouro, onde há inquietação” (Pv. 15:16).

“Melhor é o pouco havendo justiça, do que grandes rendimentos com injustiça” (Pv. 16:8).

“Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal” (Pv. 21:6).

“Duas cousas te peço; não mas negues antes que eu morra:
Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: dá-me o pão que me for necessário, para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, não venha a furtar, e profane o nome de Deus” (Pv. 30:7-9).

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam, mas ajuntai para vós outros tesouros no céu onde traça nem ferrugem corroem e onde ladrões não escavam nem roubam, porque, porque onde está o teu tesouro, aí esta também o teu coração” (Mt. 6:19-21).

“Então Jesus, olhando ao redor, disse aos seus discípulos: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Mc. 10:23).

“Ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação” (Lc. 6:24).

“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição” (I Tim. 6:9).

A riqueza pode vir a ser uma bênção. Note, eu disse pode, não disse é uma bênção.

Aliás, ela é uma grande ameaça que pode vir a ser uma grande bênção. Todavia, a riqueza só é bênção quando ela decorre de algumas motivações e ações específicas e quando ela se dirige a algumas situações concretas:

Vejamos então quando é que a riqueza pode ser uma bênção:

- Quando o recurso foi adquirido sem engano e malogro: “Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer” (Pv. 11:1).

- Quando não se pôs a confiança no poder do dinheiro: “Quem confia nas suas riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a folhagem” (Pv. 11:28).

- Quando a riqueza foi um fruto da humildade e da singeleza: “Melhor é o que se estimula em pouco, e faz o seu trabalho, do que o vanglorioso que tem falta de pão” (Pv. 12:9).

- Quando a marca do progresso foi o trabalho diligente e motivado pela sobrevivência: “O que lavra a sua terra será farto de pão, mas o que corre atrás de cousas vãs é falto de senso” (Pv. 12:11). “Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza” (Pv. 21:5).

- Quando os lábios pronunciaram palavras construtivas e as mãos se moveram com presteza: “Cada um se farta de bem pelo fruto da sua boca, e o que as mãos do homem fizerem ser-lhe-á retribuído” (Pv. 12:14).

- Quando a riqueza não foi o fruto da esperteza e da boa vida: “Os bens que facilmente se ganham, esses diminuem, mas o que ajunta à força do trabalho terá aumento” (Pv.13:11).

- Quando a arrogância não dominou o coração: “O pobre fala com súplicas, porém o rico responde com durezas” (Pv. 18:23).

- Quando a mentira não foi o instrumento da riqueza: “Trabalhar por adquirir tesouro com língua falsa é vaidade e laço mortal” (Pv. 21:6).

- Quando não se ficou rico por se fazer “vista grossa ao roubo”: “O que tem parte com o ladrão aborrece a sua própria alma, ouve as maldições, e nada denuncia” (Pv. 29:24).

- Quando a riqueza e a prosperidade não advierem de conluios políticos malignos e promotores de dependências: “... Muitos buscam o favor do que governa, mas para o homem a justiça vem do Senhor” (PV. 29:26).

- Quando a riqueza não vem da opressão e da sonegação dos direitos do próximo: “Eis que o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos e que por vós foi retido com fraude está clamando; e os clamores dos ceifeiros penetraram até os ouvidos do Senhor dos exércitos” (Tg. 5:4).

Situações concretas: Vejamos agora em que direção deve andar o homem rico para que sua riqueza se converta de ameaça em benção:

- Sua riqueza deve ser descartável: “Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa ainda te falta: Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus, depois vem e segue-me” (Lc. 18:22).

- Sua riqueza deve se converter juntamente com seu coração: “Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar as pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais. Então Jesus lhe disse: Hoje houve salvação nessa casa, pois que também este é filho de Abraão” (Lc. 19:8 e 9).

- A riqueza deve se tornar uma ferramenta de expansão do Reino de Deus:

“E eu vos recomendo: das riquezas de origem iníqua fazei amigos, para que, quando estas vos faltares, esses amigos lhes recebam nos tabernáculos eternos. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.

Se pois, não vos tornastes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” (Lc. 16:9-11).

- A riqueza deve ser vivenciada com um coração quebrantado e sumamente generoso:

“Exorta os ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento, que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir...” (I Tm. 6:17 e 18).

- O homem rico deve estar disposto a repartir o que possui, sabendo que a única riqueza que dá segurança é aquela que está reservada no céu: “... que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro fim de se apoderarem da verdadeira vida” (I Tm. 6:19).

- A atitude de auto-empobrecimento de Jesus deve se converter no exemplo e no referencial da generosidade dos ricos: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (II Cor. 8:9).

Neste ponto, vem-me à mente o exemplo de Barnabé. Possivelmente aquele irmão tivesse boa condição financeira.

Todavia, quando o Reino de Deus o tocou, seu coração assumiu uma atitude de extremo auto-despojamento em favor da missão da igreja. Vendeu seu campo e levou seu dinheiro aos líderes da comunidade (Atos 4:36 e 37).

Vale lembrar que quando Paulo escreveu que a contribuição pode significar até mesmo um auto-empobrecimento, a situação sócio-econômica de seus dias era muito semelhante àquela que hoje nos rodeia no terceiro mundo.

As discrepâncias sociais estavam mais que presentes: elas saltavam aos olhos. Os escravos eram considerados sub-homens em submissão total aos seus donos. A riqueza também era rara e se constituía em privilégio de poucos.

Aqueles que a alcançavam mantinham-na com unhas e dentes para não perde-la. Diante disso você pode imaginar que impacto negativo e radical essa palavra do apóstolo poderia ter entre os eventuais ricos que lessem a sua carta.

No entanto, todos nós sabemos que no contexto da carta fala-se muito que todos eram pobres. Porque então Paulo estaria falando de auto-empobrecimento?

Por três possíveis razões:

1.Para mostrar que mesmo os pobres podem agir com graça de um dadivoso e despreendido amor que os mova a contribuir.

2.Para que os possíveis ricos encubados no disfarce de sua “piedade” fossem conduzidos a uma concreta confrontação com a vontade de Deus. Isso por que Paulo sabia “que uns se dizem ricos sem ter nada, outros se dizem pobres sendo mui ricos” (Pv. 13:7).

3.Além do mais, a carta é escrita aos coríntios, e entre eles a pobreza não era a grande realidade. Sendo Corinto uma cidade situada no istmo do Poliponeso, separando o mar Egeu do Adriático, numa pequena faixa de terra, tornou-se um dos maiores pontos de comércio do mundo.

Por isso, conquanto em corínto houvesse pobres (I Cor. 11:21), o nível geral da igreja era economicamente elevado: o tesoureiro da cidade era membro da igreja (Rm. 16:23 – II Tim. 4:20), o padrão de vida de certos irmãos humilhava os mais pobres (I Cor. 11:22) e havia membros das igrejas que eram sócios em comércios e indústrias locais (I Cor. 6:1 e 4).

A prosperidade era uma das marcas daqueles crentes (I Cor. 16:2), a ponto de que alguns deles corriam o risco de pensar que Paulo só se aproximava deles no intuito de obter alguma oferta (II Cor. 12:14).

Sim, a igreja de Corínto era uma igreja rica, e como tal, desenvolveu todos os psiquimos dos abastados:

- Idéia de que toda aproximação visa exploração (II Cor. 12:17 e 28).

- Falta de visão das necessidades do Reino de Deus e de seus obreiros (I Cor. 9:6-12).

- Uma economia, em relação ao Reino, incompatível com suas ações e gastos pessoais (I Cor. 9:7-10).

- Uma falta de noção de que o trabalho e a ministração espiritual valem incomparavelmente mais do que o bem material (I Cor. 9:11).

Paulo fala de auto-empobrecimento para que os ricos ocultos se revelassem; porque ele já não estava falando da pobre igreja da Macedônia, porém já voltara sua mira para a próspera igreja de Corínto, seus particulares destinatários.

Portanto, o que deve ficar em nossa mente é que o princípio da contribuição é o princípio da opção de Deus pelo auto-despojamento, assumindo uma cidadania empobrecida, a fim de tornar outros ricos.

Não é à toa que Paulo pensa na encarnação, vida, morte e ressurreição do Senhor Jesus como sendo o paradigma absoluto para os sentimentos do cristão:

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança dos homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp. 2:5-9).

A vida de Jesus é o centro de tudo na fé cristã. Por isso, qualquer perspectiva de cristianismo que não projete seu foco de projeto e de processo de vida na direção de Jesus e sua maneira humana de ser Deus, não é cristão, é outro evangelho, é manipulação do nome de Cristo, adaptando-o aos aspectos legalistas ou pecaminosos de certas culturas e ideologias (Gl. 2:14).

Há lugares do planeta Terra onde esse meu livreto seria considerado mórbido e herético. Nesses lugares quem é rico é estimulado pela fé cristã a ficar mais rico ainda. Por causa disso, essa afirmação de que o princípio da contribuição pode desembocar – in extremis - no auto-empobrecimento, pode parecer mórbida e exagerada.

Mas se você é um dos que se encontram chocados com essa possibilidade, deixe-me dizer-lhe três coisas:

1.Não pode haver dúvida de que o que Paulo tentava nos comunicar era exatamente isso, pelo fato que ele usa o exemplo da encarnação de Jesus para justificar os seus apelos dos contextos antecedentes e imediatos da narrativa, ambos falando em dinheiro e contribuição.

2. É claro que esse princípio não é a regra geral para a vida, mas uma predisposição que precisa ser implantada no fundo do nosso coração, como faceta da Cruz do discipulado da nossa vida.

3. Esse princípio deve ser exercido somente em amor e com profundo bom senso, afim de que os inescrupulosos não tirem proveito da nossa predisposição. Trata-se, portanto do último gesto de quem contribui.

http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=03194

Continua...

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Quero compartilhar contigo um poema escrito pela irmã Esmeralda Campelo. Ela desenvolve há 23 anos um trabalho com crianças carentes na Grande Belo Horizonte. Uma obra que cheguei a visitar alguns anos atrás. Séria. Exemplo de Amor em ação. Uma obra de Deus entre os homens.

Por favor, visite os seguintes links:

http://apologian.blogspot.com/2009/12/estou-cansada-mas-vou-continuar.html

http://www.funesc.org.br/web/pt-br/ajudar.php

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