04 setembro 2010

Eleições, um momento de reflexão

Por Manoel Soares Cutrim Filho*

Precisamos melhor compreender o sentido da palavra POLÍTICA, que originalmente no grego significa administrar a cidade, a “poles”. Hoje esse significado evoluiu para a administração das diversas áreas e atividades da vida humana: um condomínio, uma empresa, uma entidade de classe, igreja, partido político, o Município, o Estado, o País, etc.

Onde quer que estejamos cometemos ou sofremos uma Ação Política. Lembremos a frase do Bertold Brech:

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão ignorante que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e o lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.


Aproxima-se o dia 03 de outubro, dia esse que o povo brasileiro estará escolhendo o Presidente da República, Governadores, Senadores e Deputados Federais e Estatuais.

O Brasil é um país de contrastes e diversidades, alguns contrastes muito bonitos, como aqueles produzidos pela natureza e algumas diversidades que nos faz um povo peculiar, como é o caso da nossa etnia, no entanto, temos dois contrastes que nos causa vergonha, o econômico e o racial.

Somos a oitava economia do mundo, todavia, a renda per capta é uma das menores do planeta. Há compatriotas que fazem parte do rol dos mais ricos do mundo, temos também uma massa expressiva que vive em pobreza absoluta.

Em uma eleição o povo exerce a sua mais elevada expressão de cidadania, através do sufrágio universal (direito de um voto para cada eleitor), onde estão nivelados os ricos e pobres, homens e mulheres, pretos e brancos, religiosos e ateus, sábios e ignorantes, etc. É um direito-dever que não pode ser negado nem tampouco deve ser omisso qualquer cidadão em pleno exercício de seus direitos.

Uma motivação correta é apoiar determinado candidato pelo que ele é como pessoa, seu caráter, seu passado, se governa bem a sua casa, seus negócios, vocação para a vida pública, comprometimento com a justiça e a verdade, pela sua capacidade administrativa, pela elaboração e defesa de leis justas, bem como pela intenção de fiscalizar a aplicação dos recursos públicos e não por aquilo que ele pode fazer apenas “por mim, por meus parentes ou por determinado grupo que represento”.

Quem pensa em apoiar um candidato só por causa dos benefícios imediatos, contribui para manutenção de um sistema injusto e individualista. O eleitor deve lembrar-se que um político decente procura cuidar dos interesses da coletividade.

Os homens e as mulheres sensatos deste país, por certo, não votarão em um candidato levando em consideração a sua personalidade carismática, por já terem sido beneficiários de algum favor do candidato, ou por sua eloquência.

O voto deve ser inspirado na razão e jamais na emoção, quem assim fizer estará votando na manutenção dos males que atormentam a população brasileira e contra as gerações futuras.

Entendemos que as pessoas firmadas em princípios imutáveis e elevados, seja ele o mais humilde cidadão ou o mais influente pode contribuir de acordo com o seu raio de ação, para que o seu mundo seja menos opressivo, mais suave, mais vivível, para tanto faz-se necessário que a sociedade civil seja firmada em valores cristãos desde a família, passando pelas escolas, associações de bairros, de classes e partidos políticos.

Lembremos de que alguns segundos na cabine de votação podem significar bons dias para o Brasil ou amargos anos, portanto, invoquemos a orientação do Senhor para estas eleições, pois diz a sua Palavra de Deus: “Quando os honestos governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama (geme)”. (Pv 29.2, NTLH)

*Manoel Soares Cutrim Filho, membro da Igreja em Brasília, advogado e ex-Auditor Federal de Controle Externo do TCU. E-mail: cutrim@terra.com.br

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